A sucessão de culturas é uma prática essencial no manejo agrícola para preservar a saúde do solo e garantir uma produtividade sustentável. Felipe Cipriano, analista de desenvolvimento de mercado da Ballagro, explica os benefícios dessa técnica no cultivo de soja e algodão, destacando também os desafios e cuidados necessários para evitar impactos negativos.
O que é sucessão de culturas?
De acordo com Cipriano, a sucessão de culturas consiste na alternância de plantios entre duas culturas diferentes em uma mesma área. No caso específico do sistema soja-algodão, essa prática otimiza recursos naturais como o solo.
“Por exemplo, o algodão, que possui um sistema radicular robusto, ao ser colhido, deixa bioporos que melhoram a aeração e a infiltração da água no solo. Já a soja, com raízes mais finas, se beneficia desses canais para se desenvolver”, explica.
Além disso, o aproveitamento de nutrientes é outro ponto de destaque. “A soja, por ser uma leguminosa, deixa um legado de nitrogênio no solo, que é aproveitado pelo algodão no início do seu desenvolvimento,” complementa o analista.
Os desafios de uma sucessão prolongada
Embora a sucessão traga muitos benefícios, Felipe alerta para os riscos de mantê-la por longos períodos sem interrupções. “A alternância prolongada entre soja e algodão pode aumentar a incidência de pragas e doenças comuns a ambas as culturas, como a mancha-alva. Além disso, o algodão deixa pouca matéria orgânica no solo, exigindo monitoramento constante.”
Outro ponto crítico é o planejamento inadequado. “Uma sucessão mal elaborada pode gerar desequilíbrios que impactam diretamente os custos de produção. Por exemplo, na cultura do algodão, a operação de destruição da soqueira é essencial para controlar pragas como o bicudo. Já para a soja, eliminar plantas remanescentes é fundamental para evitar a ferrugem asiática,” ressalta Cipriano.
Quebra de ciclos e economia no manejo
Quando bem planejada, a sucessão de culturas também interrompe o ciclo de pragas e doenças, reduzindo a necessidade de aplicações químicas. “Com menos aplicações, o produtor economiza e diminui o impacto ambiental,” afirma Felipe. Esse aspecto torna a prática ainda mais relevante em um cenário de busca por sustentabilidade na agricultura.
A sucessão de culturas no sistema soja-algodão se apresenta como uma ferramenta estratégica para o manejo agrícola, mas exige planejamento cuidadoso e monitoramento constante. “Cada decisão no campo importa. Com a sucessão bem estruturada, o produtor melhora a eficiência no uso de nutrientes, protege o solo e reduz custos,” finaliza Felipe Cipriano.
Agrolink
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