Na primeira semana de novembro, equipes da Força Tática do 9º batalhão da Polícia Militar apreenderam 6 drones tentando levar drogas e celulares para o Estabelecimento Penal de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, a “Máxima” de Campo Grande, localizado no Jardim Noroeste. O veículo aéreo não tripulado levava ao menos 39 chips para os aparelhos e carregadores. Entre os entorpecentes estavam cocaína e maconha.
Segundo a equipe, o “sistema de lançamento de objetos” tem sido usado com frequência pelos presos. A captura foi feita pelos agentes que patrulhavam a região e ouviram o barulho do “aviãozinho”. Ao se aproximar do local, a polícia flagrou duas pessoas operando o drone. Um deles segurando um controle remoto e outro com o objeto nas mãos.
“Este estava anexando uma embalagem plástica no drone que seria transportado para o interior do presídio de segurança máxima. Realizamos então uma abordagem policial nos indivíduos e durante busca pessoal localizamos mais uma embalagem contendo vários carregadores de celular em seu interior, uma bolsa para transportar o drone, uma caixa com vários sacos plásticos que são utilizados para embalar os objetos arremessados”, informou o batalhão.
A polícia acrescenta que os homens usaram fita isolante para cobrir as luzes do drone. Entre os flagrados com o equipamento e ilícitos, estava um com menos de 18 anos.
No momento da abordagem, o adolescente explicou que ganharia R$ 200,00 por arremesso e que já tinham mandado três embrulhos para o interior da Máxima. Os objetos foram apreendidos e entregues na Depac-Cepol.
Outro episódio – O arremesso de drogas, celulares e objetos não é recente, em setembro de 2023 o Campo Grande News mostrou uma chuva de pacotes dentro do mesmo presídio.
O vídeo que circulou em grupos de mensagens mostra o momento em que tabletes de maconha são arremessados na quadra do local. As imagens vieram a público após a prisão de dois policiais militares por suspeita de facilitar a entrada de drogas na unidade prisional.
A reportagem procurou a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). Por meio de nota, foi apontado que a pasta tem buscado estratégias no sentido de identificar e coibir esses arremessos, com constantes interceptações de ilícitos arremessados, bem como a prisão de pessoas que utilizam desta prática.
Na época, a administração reforçou que, para dificultar os arremessos, telas de proteção de seis metros de altura seriam instaladas entre a muralha e as salas do estabelecimento penal.
“A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário também trabalha para possibilitar o telamento sobre os todos os pavilhões, como forma de enfrentamento ainda mais eficaz contra essa prática”.
Questionada se poderia identificar os indivíduos responsáveis por encomendar as mercadorias ilícitas, a Agepen ressaltou que a unidade conta com sistemas de câmeras instalados em pontos estratégicos, e que regularmente são realizadas vistorias em celas e demais espaços para retirar drogas e celulares que possam ter chegado em poder dos detentos.
Sobre o uso de aparelhos telefônicos, a pasta destaca que tem adotado uma série de medidas para coibir o acesso à comunicação dos presos com o meio externo, com instalação de equipamentos com tecnologia de ponta para vistorias na portaria das unidades, como o raio-x corporal e inspeção de objetos.
Posiciomenato – A reportagem entrou em contato com a Agepen novamente neste domingo (10) para saber o que está sendo feito para que a prática não ocorra mais. O telamento entre as muralha e as salas do estabelecimento, anunciadas em 2023, foi feito, agora as grades estão sendo instalados sobre os pavilhões.
“Com a presença da polícia penal nas muralhas, os arremessos que eram manuais não estão ocorrendo mais, por isso, os criminosos estão usando drones para jogar droga e objetos no presídio”, informou a assessoria de imprensa.
As unidades para detentos do regimo fechado localizadas na Estrada da Gameleira, conhecidas como “Supermáxima” e “Federalzinha”, possuem toda a parte superior fechada com tela.
Ainda conforme a Agepen, existe um trabalho conjunto das políciais Penal e Militar para conseguir impedir que criminosos ajam utilizando drone. “Quando os drones são avistados, a PM é avisada e muitas vezes consegue fazer o acompanhamento até chegar ao condutor”, explicou a agência.
O trabalho de telamento e a construção do muro de contenção já foram finalizados no Pavilhão I da Máxima. Além disso, a gestão do presídio informou que Pavilhão II será o próximo a receber a estrutura de segurança. “Lembrando que esse trabalho só pode ser realizado quando os presos do pavilhão estão trancados. Isso traz dificuldade e faz com que o trabalho leva alguns dias para ser concluído”, finaliza a Agepen.
Fonte: CAMPO GRANDE NEWS
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