A Venezuela vive momentos de tensão na madrugada desta segunda-feira (29) à espera do comunicado do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) que indicará quem o órgão vai considerar vencedor das eleições presidenciais. No início da madrugada foi anunciado Nicolás Maduro com 51,20% e González Urrutia com 44,02% dos votos.
Nicolás Maduro enfrentou pela primeira vez em anos uma oposição com chances de vitória, na figura de Edmundo González.
Mesmo antes da divulgação de qualquer informação pelo CNE, González indicou acreditar que as urnas indicam vitória: “Os resultados são inocultáveis. O país escolheu uma mudança em paz”.
Mais cedo, González celebrou o alto comparecimento às urnas, segundo o monitoramento da coalizão opositora — O CNE não divulgou dados oficiais.
Ao lado de González, María Corina Machado, líder opositora impedida de concorrer contra Maduro, pediu uma “vigília” nos centros de votação para garantir uma contagem própria dos votos.
Ambos fizeram apelos para que seus apoiadores cobrem as atas de todas as urnas, para que a oposição consiga comparar os resultados de sua apuração com os que serão divulgados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão que comanda o processo eleitoral.
A opositora Delsa Solórzano, ex-deputada, denunciou ao lado do porta-voz da campanha que alguns centros não estavam emitindo as atas, para impedira contagem que, supostamente, daria a vitória a González.
Enquanto apoiadores de González de reúnem em volta de centros de contagem, partidários de Maduro foram em direção ao Palácio de Miraflores, sede da Presidência, em Caracas.
Maduro, por sua vez, não se manifestou. Quem apareceu em frente aos joralistas foi seu coordenador de campanha, Jorge Rodríguez, que expressou otimismo em relação ao resultado final.
Divulgação nesta segunda
Em discurso a apoiadores de Maduro, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, indicou que os resultados seriam divulgados nesta segunda-feira (29).
“Que devemos fazer? Esperarmos aqui, com muita calma, o dia 29 de julho, que é em poucas horas. Em qualquer momento o CNE dará o resultado como está acostumado a fazer.”
Confrontos foram registrados na cida de de Táchira, no oeste do país.
De acordo com a oposição, o comparecimento às urnas era de 54,8% até 2 horas antes do encerramento da votação. Caso esse número se confirme, ele estaria 12 pontos percentuais acima da eleição anterior, de 2018. O voto não é obrigatório na Venezuela.
O dia foi marcado por longas filas em algumas seções eleitorais, mas não foram registradas intercorrências graves ao longo de todo o período de urnas abertas.
Em 2018, o presidente Nicolás Maduro, que tenta o terceiro mandato, havia recebido 6.248.864 votos, sendo eleito com 67,85% dos votos válidos. A votação teve a participação de 46% do eleitorado. O processo eleitoral foi contestado pela oposição e por entidades internacionais.
País em crise
Maduro entrou na disputa em um contexto de profunda crise econômica e humanitária na Venezuela. Em 10 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano teve uma queda de 80%, levando mais de 7 milhões de pessoas a deixarem o país.
Pela manhã, após votar, Maduro afirmou que reconheceria o árbitro eleitoral e garantiria que os resultados fossem respeitados. Em 17 de julho, ele declarou que o país poderia enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil” se não fosse reeleito.
Por sua vez, ao deixar o local de votação, González disse acreditar que as Forças Armadas venezuelanas respeitarão o resultado. Ele foi escolhido para encabeçar a chapa depois que as opositoras María Corina Machado e Corina Yoris foram impedidas pelo regime de Maduro de concorrer.
Repercussão
Por volta das 21h, o assessor especial da Presidência Celso Amorim, que acompanha a eleição presidencial da Venezuela em Caracas, afirmou que houve participação expressiva dos eleitores e que espera que “todos os candidatos” respeitem o resultado do pleito.
Javier Milei, presidente da Agentina tuitou, na rede social X: “Ditador Maduro, fora”. A chanceler do país, Diana Mondino, disse em suas redes sociais que a “diferença de votos contra a ditadura chavista é muito grande” e que o governo do atual presidente Nicolás Maduro perdeu em todos os estados.
Milei afirmou que não vai reconhecer o resultado caso o CNE declare Maduro vencedor.
Já o presidente chileno, Gabriel Boric, escreveu que “a entrega dos resultados desta eleição transcendental para a Venezuela devem ser transparentes, oportunas e refletir integramente a vontade popular expressa nas urnas”.
Mais cedo, chanceleres de Argentina, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai divulgaram um comunicado pedindo uma “contagem de votos transparente, que permita verificação e controle de observadores e delegados de todos os candidatos. A nota faz coro aos pedidos da oposição para que seus fiscais permaneçam nos centros de apuração e cobrem as atas de todas as urnas.
O subsecretário dos Estados Unidos para a América Latina , Brian A. Nichols, escreveu em suas redes sociais que a população votante da Venezuela participou em grande número das votações e que, agora, cabe às autoridades eleitorais “garantir a transparência e o acesso a todos os partidos políticos e a sociedade civil à tabulação dos votos e a pronta publicação dos resultados”
Fonte: G1
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