Quatro estudantes de medicina procuraram a Polícia Civil para denunciar importunação sexual sofrida na casa de uma professora de neuroanatomia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).
Conforme o boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), os atos ocorreram nesta segunda-feira (9), na casa da professora, que é psiquiatra, localizada no Portal de Dourados, bairro de alto padrão da maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul.
As acadêmicas do 2º semestre do curso, de 19, 20, 21 e 25 anos, afirmam que foram até a residência da professora para fazer uma prova e, quando chegaram, foram recebidas por homem idoso, usando apenas cueca. Depois, foram agarradas e beijadas à força pelo filho da psiquiatra, homem adulto com idade entre 25 e 30 anos.
Prova em casa – De acordo com a denúncia, as alunas foram comunicadas pela professora que a avaliação seria aplicada na casa dela.
Quando chegaram à residência, foram recebidas por homem com idade em torno de 70 anos, trajando apenas roupa íntima. Logo em seguida, a professora apareceu na porta, pediu desculpas e solicitou que as alunas entrassem na casa.
Enquanto estavam sentadas na sala, aguardando a chegada de mais um acadêmico para o início da prova, as alunas afirmam que foram surpreendidas por outro individuo do sexo masculino, que teria chegado pelas costas delas, passando a abraçá-las e beijá-las. Ele teria, inclusive, conseguindo beijar a boca de uma das acadêmicas.
Segundo a ocorrência policial, os atos aconteceram na presença da professora, que não o impediu. Para se desvencilhar do homem, uma das acadêmicas disse que tinha namorado. A todo o momento, conforme a denúncia, o individuo dizia: “quanta mulher bonita, quero tirar foto com elas”.
Diante da cena, a professora teria falando para outra pessoa da casa: “tira esse merda daqui”, novamente pedindo desculpas às alunas, dizendo que se tratava de seu filho, que tem TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Mesmo abaladas, as estudantes fizeram a prova, corrigida em seguida pela professora. A psiquiatra teria dito: “quem não gostou da nota, pode voltar aqui em casa, estude e volte”.
As acadêmicas disseram ter conhecimento que tal professora já havia sido proibida de aplicar avaliações em sua residência, mas não a questionaram, pois, além dela ser autoritária, precisavam de nota.
Entretanto, após o ocorrido, acreditam que não tiveram o desempenho que poderiam ter, pois todas estavam completamente abaladas emocionalmente e constrangidas com a situação. Quando saíram da casa da professora, elas foram até a delegacia e registraram a denúncia.
Universidade – Em nota, a reitoria da UFGD manifestou repúdio a todas as formas de violência contra mulheres, “especialmente diante da denúncia de importunação sexual envolvendo estudantes de medicina na noite do dia 9 de junho de 2025”.
A universidade informou que já está adotando os procedimentos de apuração e responsabilização no âmbito de sua corregedoria, que acompanhará o caso em contato com a Polícia Civil e prestará todo o apoio necessário para a apuração dos fatos, fornecendo informações e documentos demandados pelas autoridades competentes.
“Internamente, a universidade está adotando as providências cabíveis para garantir o acolhimento adequado às vítimas e assegurar que medidas disciplinares e administrativas sejam tomadas, conforme os regulamentos institucionais e a legislação vigente”, afirma.
A reitoria continua: “reiteramos nosso compromisso com a promoção de ambiente acadêmico seguro, respeitoso e livre de qualquer tipo de violência ou assédio. A UFGD seguirá trabalhando para fortalecer políticas de enfrentamento à violência de gênero e para promover a conscientização de toda a comunidade universitária”.
A universidade não se manifestou sobre a denúncia de que a professora já teria sido proibida de aplicar prova em casa, como afirmam a acadêmicas.
campograndenews
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