Grupo quer investir R$ 4 bilhões e pede para dobrar produção de minério em MS

A empresa Lhg Mining, do grupo J&F, planeja investir R$ 4 bilhões para dobrar a produção de minério (ferro e manganês) em Corumbá. O Rima (Relatório de Impacto Ambiental) sobre a extração e beneficiamento de minério na Serraria de Santa Cruz foi enviado ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

O projeto consiste na ampliação da mina existente, com a previsão de aumento na produção atual de 12 milhões de toneladas por ano para 25 milhões de toneladas por ano.

A mina está em operação desde 1978. Primeiro com a MCR (Mineração Corumbaense Reunida), que em 1991 foi vendida à empresa Rio Tinto Brasil que, posteriormente, no ano de 2009, foi adquirida pela Vale S.A. Em 2022, a Lhg Mining, do grupo J&F, adquiriu a MCR tornando-se, assim, responsável pelas atividades de mineração no local.

Tendo como referência a atividade de lavra, que ocorrerá de 2025 até 2036, o empreendimento terá uma vida útil de 12 anos.   O valor total do investimento é de aproximadamente quatro bilhões de reais.

O projeto consiste na ampliação das áreas de lavra de minério de ferro, implantação de nova planta de tratamento de minério, de uma correia transportadora do minério beneficiado e um sistema de carregamento automático de trem. A disposição de rejeitos não será em barragem, mas em pilhas, alternativa que reduz a demanda de água e elimina riscos desnecessários

A produção será escoada por meio de transporte ferroviário até o embarque no Terminal Privativo Gregório Curvo. Depois, os produtos seguem em barcaças no Rio Paraguai.  O governo federal quer fazer a concessão de parte da hidrovia para a iniciativa privada.

Empregos – No pico da obra para expansão da produção de minérios, serão 4.300 trabalhadores, incluindo a mão de obra direta (trabalho executado diretamente na construção do empreendimento) e mão de obra indireta (trabalhos de supervisão e apoio à implantação, como limpeza, manutenção de máquinas, vigilância).

A área do projeto terá alojamento para 2.600 operários. Para o transporte desse efetivo, serão necessários cerca de 60 ônibus, além de veículos e vans complementares.

“Esse aumento no fluxo de veículos e pessoas afetará a circulação e o tempo de deslocamento das populações e de turistas nas principais vias de acesso, como a BR-262, MS-454, MS-432 e MS-228, alterando as condições de tráfego nas sedes municipais, e nas comunidades vizinhas como Antônio Maria Coelho, projetos de assentamento São Gabriel, Urucum, Mato Grande e o distrito de Albuquerque”, informa o estudo.

Jazidas – O projeto fica localizado a 58 km de Corumbá e a 430 km de Campo Grande. O acesso é realizado pela BR-262, tanto partindo de Corumbá, quanto da Capital.

A região de Corumbá é uma das áreas mais ricas em minérios do Brasil, destacando-se especialmente pelas jazidas de minério de ferro e manganês.

Os minérios de ferro encontrados na região, especialmente na Morraria Santa Cruz, são muito procurados pela indústria siderúrgica para a fabricação de aço. O manganês, por sua vez, é essencial para a produção de ligas metálicas, material utilizado na indústria. O minério de ferro é fundamental na indústria siderúrgica e ajuda na fabricação do aço, essencial para a construção civil, automóveis, eletrodomésticos.

As formações rochosas da Morraria do Urucum têm mais de 2 bilhões de anos.

Meio ambiente – A empresa Lhg Mining Corumbá S.A tem, atualmente, três outorgas ativas para captação de água bruta na região da Barragem do Gregório Curvo. Para a expansão do empreendimento, está prevista a perfuração e instalação de novos poços, estimando uma captação de aproximadamente 700 m³/hora (metros cúbicos por hora).

A área diretamente afetada do projeto está localizada em regiões consideradas prioritárias para a conservação da biodiversidade, segundo o Ministério do Meio Ambiente. O que significa que esses locais têm grande importância para a preservação da natureza.

Com a expansão, serão removidos 1.621,13 hectares de vegetação nativa, o que representa 3,71% da vegetação nativa na área de estudo e 0,03% do total de vegetação nativa de Corumbá. O estudo prevê o resgate de fauna, com a soltura dos animais em outros locais.

O levantamento mostra que pela região circulam cuíca, rato-do-espinho, morcego, tamanduá-bandeira, macaco-prego, queixada, anta e aves (arara-vermelha, batuqueiro, campainha-azul).

Finanças – O documento destaca que sem o projeto não haverá aumento na arrecadação de tributos, como a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), que atualmente gera cerca de R$ 4 milhões por ano.

Fonte .campograndenews

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