MPMS amplia denúncia contra mãe acusada de matar filha afogada em São Gabriel do Oeste - Bolsão News

MPMS amplia denúncia contra mãe acusada de matar filha afogada em São Gabriel do Oeste

Neste domingo (9), completam 30 dias da morte da bebê de 11 meses após ser afogada em uma bacia pela própria mãe. O caso aconteceu em São Gabriel do Oeste e agora o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) decidiu ampliar a denúncia contra a mãe, que vai responder por homicídio qualificado por motivo torpe e asfixia.

O crime aconteceu em setembro do ano passado, quando a bebê foi encontrada dentro de uma bacia de água com a cabeça virada para baixo. A vítima ficou internada por um longo período na Santa Casa da Capital, mas não resistiu e morreu no dia 9 de janeiro em decorrência de asfixia.

Verificou-se que o crime fora cometido mediante asfixia, eis que a autora afogou a vítima. Ademais, o crime fora cometido por motivo torpe, eis que a denunciada queria vingar-se da mãe pelo fato da mesma afirmar que iria embora com a neta. Também fora praticado mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, eis que ainda bebê. Por fim, apurou-se que o crime fora praticado pela genitora da criança”, argumenta o MPMS.

Logo, a mulher foi denunciada por homicídio qualificado por motivo torpe, asfixia, recurso que impossibilitou a defesa e pelo fato da autora ser ascendente da vítima.

Assim, requer o recebimento do aditamento da denúncia, com a instauração do devido processo legal, adotando-se o procedimento estabelecido nos artigos 406 e seguintes do Código de Processo Penal, com a citação da ré e aproveitamento das provas já produzidas, prosseguindo-se até o final da instrução processual, pronúncia e condenação”, pede o MPMS.

Por fim, o MPMS pediu a fixação de um valor mínimo para reparação dos danos materiais e morais, considerando os prejuízos sofridos pela família da bebê.

Após a solicitação ao Poder Judiciário, o aditamento da denúncia foi recebido pelo juiz de Direito, Marcus Abreu de Magalhães, no último dia 30 deste mês. No documento de recebimento, o magistrado determinou que a acusada seja citada para apresentar resposta à acusação.

‘Uma nova estrelinha’

A bebê precisou ser internada duas vezes devido ao afogamento ocorrido no dia 3 de setembro de 2024. A última delas foi em novembro, quando teve uma piora em seu quadro de saúde. Assim, a menina ficou no Hospital Regional, em Campo Grande, tratando de uma pneumonia.

Contudo, no dia 9 de janeiro, a bebê não resistiu e foi a óbito, segundo afirmou sua avó ao Jornal Midiamax. Em suas redes sociais, a familiar lamentou a partida precoce da neta. “Hoje o céu vai brilhar mais forte, pois ganhou uma nova estrelinha. A despedida sempre é dolorosa, mas eu sei que você está bem melhor agora…te amarei para sempre”, escreveu a avó da bebê.

Defesa da mãe alegou insanidade mental

No dia 18 de setembro, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou a mãe da bebê e o Judiciário recebeu a denúncia. E em 14 de outubro, a defesa – representada pela Defensoria Pública – apresentou resposta à acusação.

A defensoria pediu a relativização do prazo para arrolar testemunhas, visto que não houve contato direto da defesa com a acusada. “De modo a permitir que esta indique outras testemunhas, se assim o desejar”, requereu.

Por fim, a defesa também se manifestou sobre a suspeita de problemas psiquiátricos que acometem a acusada, apontados durante as investigações. “Requer a instauração de incidente de insanidade mental, em respeito à regra dos artigos 149 e seguintes do Código de Processo Penal”, solicitou a Defensoria.

Afogamento da bebê

De acordo com informações passadas à PM (Polícia Militar) pela avó da bebê, no dia 3 de setembro, ela saiu por alguns instantes, deixando a filha sentada na varanda da casa e a bebê dormindo em um quarto. Ao retornar, a mulher percebeu que a filha estava no mesmo lugar.

No entanto, ao entrar no quarto, não viu a neta. Ela foi procurar pela bebê e a encontrou dentro de uma bacia com água, com a cabeça virada para baixo. Em desespero, a avó saiu correndo com a bebê no colo, pedindo ajuda.

Ela e a bebê foram levadas para o hospital da cidade e, em seguida, a criança foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande. Antes da transferência, a bebê sofreu uma parada cardiorrespiratória e teve de ser entubada.

A polícia prendeu a mãe da bebê em flagrante e ela confessou o crime. Ela afirmou ser usuária de drogas e disse que estava brincando com a filha na cama. Quando a avó saiu, ela resolveu afogar a criança.

Ela ainda afirmou que estava brigando muito com sua mãe, que a havia mandado embora. A autora contou também que sua filha é cardiopata e, como ela tem problemas com drogas e psiquiátricos, achou que não conseguiria cuidar da bebê. Assim, sem condições de cuidar da criança, resolveu dar fim à vida da filha.

Midiamax

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