Com uma semana de antecedência em relação ao ciclo anterior, o Mato Grosso do Sul concluiu no dia 13 dezembro o plantio da soja para a safra 2024-25. Segundo boletim divulgado pela Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de MS), com base em levantamentos feitos pelo Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), foram cultivadas 4,501 milhões de hectares, um crescimento de 6,8% em relação a 2023-24. A área plantada real será divulgada somente ao final da safra.
A produtividade estimada pelas instituições é de 51,7 sacas por hectare, o que deve gerar uma produção de 13,9 milhões de toneladas do grão, superando em cerca de 15,5% a produção anterior, que fechou em 12 milhões de toneladas.
Segundo o boletim do Siga-MS, o plantio foi concluído com 90% das lavouras em boas condições, 7% em condições regulares e 2,6% em condições ruins. A soma das lavouras consideradas regulares e ruins, até agora, é de 434 mil hectares. O prognóstico para dezembro, janeiro e fevereiro, baseado em dados históricos, indica que as chuvas podem variar entre 500 e 800 mm. Segundo diversos modelos de previsão, é provável que as chuvas não se desviem muito da média histórica. Isso sugere uma boa chance de termos um período chuvoso durante o enchimento de grãos, o que pode aumentar a produtividade da soja no Estado
Na comparação com o mesmo período da safra 2023/2024, o Estado tinha 89,3% das lavouras em boas condições, 10% em condições regulares e 0,7% em condições ruins. No entanto, o cenário climático futuro era bem diferente, com chuvas esperadas entre 500 e 700 mm no trimestre (dezembro-janeiro-feveereiro)), uma probabilidade abaixo da média histórica.
A colheita deste ano está prevista para começar na penúltima semana de janeiro. No entanto, a maior concentração da colheita está programada para ocorrer entre 14 de fevereiro e 21 de março, abrangendo 86% do total. A colheita deve continuar até o dia 18 de abril.
Cenário nacional otimista
Com índice de chuvas adequado e boas condições para o desenvolvimento das lavouras nas principais regiões produtoras, a safra de soja 2024/2025 caminha para um cenário otimista. Projeções da Agroconsult estimam produção acima de 172,2 milhões de toneladas no Brasil, o que corresponde a 16,7 milhões acima da temporada 2023/2024. Porém, mesmo com as boas projeções, agricultores devem manter a atenção no controle de doenças e pragas, que podem reduzir a produtividade se não for realizado um manejo adequado.
Percevejo marrom assombra MS e PR
Na região do Paraná e Mato Grosso do Sul, a incidência precoce de percevejo marrom preocupa produtores. É o que relata Sérgio Silva, gerente de Desenvolvimento de Mercado Sul da BASF Soluções para Agricultura no Brasil, que também alerta para prevenção de doenças em conversa com a coluna Lado Rural. “O principal cuidado que precisamos ter é em relação às doenças, como a cercóspora e a ferrugem, que costumam acentuar da metade para o final do ciclo da soja”, afirma.
Nesse sentido, Silva chama a atenção para a necessidade de aplicações preventivas e escolher produtos seletivos por conta da incidência de chuvas e altas temperaturas na região. “Não é que esteja faltando, mas temos uma chuva limitada. Então, não podemos prejudicar o desenvolvimento das plantas. É fundamental que o agricultor utilize ferramentas mais seletivas, que não causem fitotoxicidade, ou seja, danos nas folhas”, explica.
Ferrugem-asiática já registra ocorrências
As primeiras ocorrências da ferrugem-asiática da soja em lavouras comerciais da safra 2024/25 foram registradas em São Paulo (4 casos), Minas Gerais (1), Rio Grande do Sul (1) e Paraná (17). Este último estado preocupa mais pela proximidade com Mato Grosso do Sul. As informações são do Consórcio Antiferrugem, que reúne dados sobre a ocorrência da doença em todos os estados brasileiros.
A ferrugem-asiática da soja é a principal doença na cultura da soja e o custo médio para controle de doenças tem sido estimado ao redor de US$ 2,8 bilhões por safra no Brasil. Entre as principais estratégias de manejo da ferrugem estão: o vazio sanitário, a utilização de cultivares precoces e a semeadura no início da época recomendada, o uso de cultivares com genes de resistência e o uso de fungicidas. Dependendo do ataque, a doença pode reduzir em 90% a produtividade da planta
Campo Grande News
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