Após denunciar condições de trabalho no Presídio Federal, enfermeiro é encontrado morto - Bolsão News

Após denunciar condições de trabalho no Presídio Federal, enfermeiro é encontrado morto

O policial penal federal Leandro Molina, de 40 anos, foi encontrado morto em casa, em Campo Grande, nesta terça-feira (5). Ele era enfermeiro – Especialista Federal em Assistência à Execução Penal. Molina havia feito uma denúncia sobre as condições de trabalho na penitenciária.

Molina entrou no último concurso de 2022. Ele era de Brasília, onde tinha esposa e filhos. De acordo com informações apuradas pelo Jornal Midiamax, o agente havia tentado por duas vezes transferência para Brasília, para ficar com a família.

No entanto, o agente não conseguiu. Ele ainda teria feito a denúncia no Coren, no mês passado, sobre as condições de trabalho. Molina foi encontrado sem vida em sua casa por colegas de trabalho. Como o agente não apareceu para o plantão de terça (5), colegas foram até a sua casa e o encontraram morto. Indícios são de que Molina teria atentado contra a própria vida.

De acordo com Renan Fonseca, do sindicato Sinppf/MS (Sindicato dos Policiais Penais Federais de Mato Grosso do Sul), o caso será investigado. “Muitos colegas relatam perseguições. Existe um alto índice de atestados médicos psiquiátricos”, confirmou o sindicalista.

O Midiamax entrou em contato com o Coren através de email e telefone para saber sobre a denúncia feita pelo policial, e foi informado que ocorreu uma reunião de conciliação entre o enfermeiro e outros colegas, mas que não houve denúncia.

Já o sindicato afirma que o enfermeiro, inclusive, foi chamado pela direção da penitenciária para uma conversa sobre as denúncias feitas.

A Senappen também se manifestou por meio de nota. Confira na íntegra:
“A Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) reafirma seu compromisso com a segurança e a saúde mental de seus servidores, incluindo a atenção contínua a condições laborais, atendimento psicológico e canais de comunicação para que os profissionais possam relatar quaisquer dificuldades.

Diante desta perda irreparável, a SENAPPEN se solidariza com a família enlutada, amigos e colegas de trabalho. O Enfermeiro ingressou na carreira de Especialista Federal em Assistência à Execução Penal no ano de 2022, estava lotado na Penitenciária Federal em Campo Grande, era querido por todos. Atuante participou de reuniões representando a instituição com o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul juntamente com outros colegas de trabalho, esteve presente e muito participativo no Primeiro Encontro Nacional de Especialistas Federais em Assistência à Execução Penal, no dia 31 de novembro e 1 de dezembro.

Acrescenta-se que os servidores da SENAPPEN necessitam de cumprir três anos de estágio probatório para concorrer ao concurso de remoção. Molina exerceu aproximadamente 2 anos e 5 meses de efetivo serviço na instituição restando poucos meses para se adequar à participação no concurso de remoção.

A SENAPPEN informa não haver denúncias internas registradas pelo servidor e desconhece denúncias efetuadas por ele a outros órgãos.”

Como pedir ajuda
Segundo o Ministério da Saúde, há várias formas de procurar ajuda. Pensamentos e sentimentos de querer acabar com a própria vida podem ser insuportáveis e pode ser muito difícil saber o que fazer e como superar esses sentimentos, mas existe ajuda disponível.

Onde buscar ajuda:

CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde);
UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro, Hospitais;
Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita);
Centro de Valorização da Vida – CVV.
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias.

A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.

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