Uma semana após ser enterrado como indigente, Jhonatan de Souza, 32 anos, teve o corpo exumado e foi novamente sepultado, dessa vez com identificação e a presença da família. O homem foi encontrado morto dentro de um carro carbonizado no Jardim Los Angeles, em Campo Grande, no dia 16 de março deste ano e o resultado de DNA confirmando a identidade dele só saiu dia 21 de junho.
Jhonatan foi enterrado como indigente minutos antes da irmã chegar no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para fazer a liberação do corpo, conforme solicitado pelo próprio órgão. Janayna Souza, 30 anos, contou que às 11h40 daquele dia foi comunicada do resultado pela DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio e de Proteção à Pessoa), que investiga o crime.
Quando chegou no Imol, por volta das 14h24, ficou sabendo que o corpo de Jhonatan havia sido retirado pela funerária às 9h40 e enterrado por volta das 14h, no cemitério Santo Amaro. Desde então a família tentava a exumação para dar um velório “digno” ao homem.
Hoje, por volta das 12h50 equipe da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) deu início à retirada do corpo de Jhonatan. A exumação foi acompanhada pelos irmãos e um tio do homem, além da advogada da família e representante da Vigilância Sanitário.
Foram usados cinco homens para a retirada do cadáver e o trabalhou durou cerca de 15 minutos até que o corpo de Jhonatan foi levado do local para o cemitério Nacional Parque no Bairro Moreninhas, em Campo Grande, onde ele foi novamente sepultado. A cerimônia foi acompanhada por aproximadamente 40 pessoas, que estavam bastante emocionadas.
O corpo de Jhonatan chegou no cemitério por volta das 14h10. Todo o cortejo e o sepultamento aconteceram em silêncio e ao todo duraram aproximadamente 20 minutos. Fiscais da Sisep acompanharam tudo.
“Sei que nada vai trazer meu irmão de volta. Porém que a justiça foi feita, que é o nosso direito de poder enterrar meu irmão, dar um enterro digno. Poder, mais ou menos, se despedir da forma decente”, disse Janyna.
À reportagem Adenesio Mariano, 23 anos, disse que a família agora vai viver o luto porque e depois tomarão as medidas cabíveis para que o erro seja responsabilizado.
“A dor que a gente tinha que ter sentido há três meses tá vindo agora. Toda a angústia que a gente passou, toda a dor que minha família sofreu, tudo não vai ficar impune, mas a gente precisa primeiro do luto. Com certeza. Medidas necessárias serão tomadas para que isso não se repita com outra família. Ninguém merece passar por isso”, afirmou o irmão de Jhonatan.
Fonte: CAMPO GRANDE NEWS
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