Em Dourados participando da feira Tecnofam (Tecnologias e Conhecimentos para a Agricultura Familiar), enquanto acampados de Mato Grosso do Sul pedem a retomada da reforma agrária no Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária) em Campo Grande, o governador Eduardo Riedel (PSDB) declarou que não serão toleradas invasões em propriedades rurais.
“O que nós aqui no Estado não podemos aceitar é invasão, isso não é democrático”, falou o chefe do Executivo.
Ele também afirmou que o governo estadual tem tratado do assunto com o governo federal, e que sua gestão mantém posição clara em relação às reivindicações de terras para a criação de assentamentos, que podem ser puxadas por atos ligados ao movimento Abril Vermelho.
“O governo federal tem uma linha de avançar em programa de reforma agrária e é uma decisão deles que a gente respeita. Vimos acontecer ao longo dos anos uma série de situações da reforma agrária e, hoje, o que ‘está aí’ é reflexo dessa política de trás”, comentou.
Prioridades – Riedel defendeu que a regularização de títulos de lotes já distribuídos e ocupados sejam a prioridade. “O que a gente tem que fazer é, primeiro, regularizar títulos. Acho que não deveria fazer reforma agrária sem regularização fundiária. Isso cria um transtorno muito grande lá para frente”, disse.
O governador também citou que deve ser prioridade a infraestrutura no campo para os pequenos produtores. “É acesso à água, à estrada, à escola, à saúde, nos assentamentos que forem montados”, exemplificou. E acrescentou que “todo o desenvolvimento que nós tivemos no agro[negócio] nos últimos anos deve estar disponível para a agricultura familiar”.
Ato na Capital – Cerca de 600 acampados marcharam em direção à sede do Incra em Campo Grande nesta manhã.
Acampados bloquearam uma das faixas da Avenida Costa e Silva, em Campo Grande, nesta manhã (Foto: Henrique Kawaminami)
O superintendente do órgão federal em Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto da Silva, também participa da Tecnofam. Os manifestantes foram recebidos pela equipe.
Plano federal – Ontem (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o início do programa Terra da Gente, que vai destinar terras para a reforma agrária no país. A proposta é obter terras para a reforma agrária com alternativas legais, além das formas tradicionais, como a desapropriação de áreas improdutivas e a regularização de terras públicas.
A meta do plano até 2026 é incorporar pelo menos 295 mil novas famílias ao Programa Nacional de Reforma Agrária. O cronograma de ações por Estado ainda não foi divulgado.
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