O Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho – SRCG reuniu cerca de 50 produtores rurais nesta terça-feira (6), a fim de orientá-los sobre formas de mitigar os impactos econômicos da safra de soja 2023/2024. Segundo o Sistema Famasul, devido ao clima, a safra atual deve produzir 1,2 milhão de toneladas a menos, em relação ao último ciclo e a produtividade da oleaginosa deve passar de 62 sacas, para 54 sacas por hectare.
“O cenário é preocupante em função do achatamento de preço da safra. O produtor tem que buscar soluções para não ter prejuízo e por isso marcamos esse evento, para discutir soluções. Temos travamento de preço, uma opção bastante eficaz e ainda pouco utilizada, temos também a operação de barter, operação de hedge, todas essas operações estão atreladas ao câmbio, e o produtor precisa conhecer. Ele precisa saber que existem várias alternativas para manter seus compromissos e arcar com os custos, mesmo em momentos difíceis”, pontua o vice-presidente do SRCG, Eduardo Monreal.
Segundo a consultora técnica do Sistema Famasul, Tamíris Azoia, há três recomendações para que o agricultor consiga driblar momentos de baixa no preço dos grãos. “O agricultor pode optar por proteger sua lavoura, a partir de boas práticas agrícolas, garantindo melhor a rentabilidade dele, entre as opções está a prática do plantio direto na palha, que também melhora a estrutura física do solo e a umidade. A segunda alternativa seria o seguro rural, que é realmente uma segurança para ele numa situação de quebra. E por último, a comercialização futura, travar os custos de produção, e conseguir fazer essa comercialização futura para que ele tenha segurança de que, pelo menos, esses custos, ele vai conseguir arcar”.
Apesar do preço atual da soja está surpreendendo os agricultores, negativamente, o representante da SVN Investimento, Gustavo Mendes Leite, sinaliza que essa queda no preço pode ter uma relação com reservas técnicas, feitas inclusive por brasileiros. Mas ele também sinaliza que essa baixa pode ser apenas uma normalização dos preços. “Lá atrás, quando o preço estava nos patamares anteriores, foi mais um ajuste de choque de oferta e demanda, em um cenário pós-guerra. Isso fez com que o produtor crescesse muito. Passado esse momento, passado a pandemia, o efeito geopolítico desacelerando, a comunidade vai se ajustando, e você tem uma normalização dos preços, um preço mais ajustado”, completa Leite.
O secretário da Sidagro, Adelaido Vila, em sua participação defendeu novas formas de crédito ao agricultor. “É uma demanda coletiva de toda classe. Não dá mais para a gente ficar tão amarrado com o próprio FCO, na mão de um pequeno grupo ou na mão de apenas um banco que determina 75% desses valores, acabando não permitindo que esses valores cheguem nos médios e pequenos produtores. Temos que construir uma pauta nacional, para defender que esses valores possam ser fracionados em demais bancos, em demais cooperativas, e quanto mais se fracionar isso, mais possibilidade de competição e possibilidade de sermos atendidos”, finalizou o secretário.
Fonte: Diego Silva – Agro Agência
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