Com indígenas de Dourados passando sede, caminhões pipa são solução emergencial - Bolsão News

Com indígenas de Dourados passando sede, caminhões pipa são solução emergencial

Com o calor intenso e a falta de chuvas significativas, povos indígenas de Mato Grosso do Sul, principalmente os das etnias Bororo e Jaguapiru, situados em Dourados, têm enfrentado a falta de água. Para solucionar o problema, de modo emergencial, o Governo Federal tem recorrido ao uso de caminhões pipa.

A informação foi confirmada pelo secretário de saúde indígena do Ministério da Saúde do Brasil, Ricardo Weibe Tapeba, durante coletiva de imprensa desta quarta-feira (15), juntamente à ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

Questionado sobre a situação e as possíveis soluções, o secretário explicou que políticas públicas estão sendo discutidas a longo prazo e que, bem como estratégias para efeitos imediatos.

“Também levamos a discussão para a Funasa [Fundação Nacional de Saúde], nós estamos discutindo num plano emergencial que cuide da perfuração de poços e também da contratação de novos carros pipa”, disse.

A Reserva Indígena de Dourados tem cerca de 25 mil habitantes que vem sofrendo há anos com a falta de abastecimento de água potável e em tempos de seca e calor o problema agrava-se.

Busca por solução

Em setembro deste ano, o grupo de trabalho do Governo do Estado – coordenado pelo vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha) – apresentou uma proposta de solução à Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), órgão do Ministério da Saúde responsável pela atenção primária à saúde e pelo saneamento para os povos indígenas aldeados no Brasil.

“Esse problema é antigo, por isso precisamos de unidade para resolver a questão. O Governo do Estado solicitou a Sanesul – empresa que possui expertise sobre o assunto – um estudo para garantir o abastecimento de água para as cerca de 6 mil famílias que residem nas aldeias indígenas Jaguapiru e Bororó pelos próximos 10 anos. Então, todos os esforços para resolver foram feitos. Agora cabe à União a decisão final”.

Já o deputado federal, Geraldo Resende, destacou que a bancada federal de deputados e senadores se comprometeu em auxiliar o andamento do projeto, na busca de recursos junto ao Governo Federal.

“Já conversei com o Ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha, que conhece a situação de Dourados de perto. Todos nós da bancada temos um compromisso com a população sul-mato-grossense e vamos ajudar. O que precisamos é resolver esse gargalo de uma vez por todas e tornar esse projeto referência para todas as aldeias do Brasil”.

Mais recentemente, em outubro, o Governo do Estado conseguiu que o abastecimento de água nas aldeias indígenas Jaguapiru e Bororó fosse inserido no novo PAC Seleções.

No total, o programa vai injetar R$ 1,7 trilhão em todo o Brasil até 2026, sendo R$ 44,7 bilhões para o Mato Grosso do Sul.

Até junho, a companhia de água e saneamento Sanesul havia realizado algumas ações para combater a falta de água em Dourados, com a abertura de mais de 5 mil metros de rede e 2,5 mil metros de ramais, para abastecer 151 famílias que enfrentam a falta de água há mais de 20 anos.

Saiba mais

Na ocasião em foi realizada a coletiva de imprensa, reuniam-se prefeitos e representantes dos povos indígenas, na Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomassul).

O local foi sede para um encontro junto a comitiva do Ministério dos Povos Indígenas, liderada pela Ministra Sônia Guajajara, em meio ao cumprimento de uma série de reuniões que compõem a Caravana “Participa Parente”.

A iniciativa tem o objetivo de ouvir o posicionamento dos diferentes povos sobre as políticas indigenistas e busca fazer com que os próprios povos elejam seus representantes que irão compor CNPI (Conselho Nacional de Política Indigenista).

“Estamos aqui agora nessa reunião com os prefeitos, prefeitas que têm territórios indígenas nos seus municípios. A ideia é a gente aproximar essa relação, para a gente pensar a implementação de políticas públicas dentro dos territórios indígenas”, disse a ministra.

A visita marca também a primeira reunião de trabalho entre Governo Federal, Estadual e Municipal, com foco no diálogo com gestores de municípios sul-mato-grossenses que possuem terras indígenas em seus territórios.

Na ocasião, também foi realizada a assinatura do termo de convênio com UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) para lançar o curso de Agroecologia Intercultural Povos do Pantanal, no campus Aquidauana, com investimento de R$6 milhões.

Foi lançado o início da construção do PGTA – Plano de Gestão Territorial e Ambiental para dois territórios Terena: Cachoeirinha e Taunay Ipegue, que terá investimento inicial de R$800 mil no primeiro semestre de 2024.

Além disso, houve a conclusão do estudo da Terra Indígena Kinikinau, bem como da demarcação das terras indígenas Cachoeirinha e Taunay Ipegue.

Fonte: CorreiodoEstado

Categoria