Localizada na região central de Mato Grosso do Sul, Campo Grande se consolida como uma das principais centrais de distribuição de drogas para diversas regiões do País.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) demonstram que nos últimos dois anos, apenas em Campo Grande, foram apreendidas 8,7 toneladas de cocaína, 5 toneladas em 2022 e 3,7 toneladas neste ano.
Em abril deste ano, foi apreendida 1 tonelada de cocaína e, em janeiro, 783 kg do entorpecente foram interceptados em Campo Grande. Estes foram os dois meses com a maior quantidade de drogas apreendida no ano.
Se comparado com o histórico de apreensão deste tipo de droga em Campo Grande dos últimos nove anos (2013 a 2021), quando o total de cocaína apreendida não passou das 7 toneladas, em apenas dois anos, foi interceptado na Capital um volume 24% maior do entorpecente, dado que demonstra que a cocaína está cada vez mais presente na cidade.
“O Estado é corredor para drogas desde sempre, não é um fato novo. A passagem e as apreensões encrudesceram ao longo dos anos graças à ação direta do crime organizado, representado pelas principais facções que passaram a controlar as rotas desde o país produtor até o consumidor final. Campo Grande está no centro disso tudo, tendo, além da posição geográfica que propicia um excelente entreposto para drogas, presídios que guardam faccionados e, com isto, atraem a logística da administração do crime para a região”, declarou Marcon.
O delegado Regional de Polícia Judiciária Marcelo Corrêa Botelho corroborou a análise de Edgar Marcon.
“Campo Grande está em um dos corredores por onde os traficantes transportam os entorpecentes para os outros estados. Por isso, está se tornando um entreposto natural. No entanto, neste ano temos também como destaque as delegacias de Corumbá, Dourados e Ponta Porã, na quantidade de flagrantes lavrados no ano corrente”, lembrou.
Tendo em vista que os holofotes do crime organizado na fronteira e em Mato Grosso do Sul estão voltados para Campo Grande, de acordo com o especialista Edgar Marcon, as BRs 262, 163, 060 e 040, que passam pela Capital, podem ser utilizadas como rota de transporte de drogas pelo tráfico.
Corrêa também citou essas rodovias e detalhou que na BR-262 se destaca a apreensão cocaína. A BR-060 é o corredor de escoamento de drogas vindas do Paraguai, já a BR-163 é o corredor de escoamento de drogas vindas da fronteira com o Paraguai e com a Bolívia. Além dessas, o delegado citou a BR-463 (entre Ponta Porã e Dourados), por onde passam maconha e cocaína.
Em abril, equipes do Batalhão de Choque e da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar fizeram a maior apreensão de cocaína na cidade de Campo Grande.
APREENSÕES
Este ano, a polícia descobriu 839 kg de cocaína em um galpão na Avenida Gury Marques. Equipes foram acionadas pela 10ª Companhia da PM para abordar um veículo que tinha descarregado uma grande volume de material em caixas.
Em diligência, conseguiram ter acesso às caixas e observaram que no interior delas havia cocaína, além de 20 kg de skunk. A droga apreendida foi avaliada em cerca de R$ 65 milhões.
Em julho, policiais do Batalhão de Choque, com a ajuda de um cão farejador, apreenderam 114 quilos de cocaína na região do Indubrasil, na saída de Campo Grande para Corumbá.
Conforme nota divulgada pelo Batalhão de Choque, os agentes interceptaram a carreta porque o motorista transitava em velocidade acima da permitida.
O condutor parou de imediato, e, ao checarem a documentação do motorista, os policiais descobriram que havia um mandado de prisão em aberto na comarca de Uberaba, em Minas Gerais.
Os policiais decidiram fazer uma vistoria minuciosa na carreta e, com a ajuda de um cão farejador, encontraram 109 tabletes de cocaína nos estepes do veículo. Os 114 quilos de cocaína procedentes da Bolívia foram avaliados em R$ 9 milhões.
Nesta quinta-feira, a Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar), em ação conjunta com a Delegacia de Coxim, realizou a apreensão de 122 kg de cocaína em Campo Grande.
Conforme informações da investigação, os entorpecentes interceptados seriam transportados para o centro-sul do País.
Além da droga, foram encontrados dinheiro e veículos. O prejuízo para o crime organizado nesta apreensão, de acordo com a Denar, foi de R$ 2 milhões.
MACONHA
Além da cocaína, a Capital também tem a circulação de outros entorpecentes. Prova disso é que na quinta-feira foram encontradas 16 toneladas de maconha em um caminhão, que saiu de Campo Grande escoltado e foi negociado por policiais civis do Rio de Janeiro. A carga estava disfarçada como se fosse 16 mil quilos de frango congelado e foi interceptada pela Polícia Federal na capital fluminense.
A operação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu quatro agentes da Polícia Civil e um advogado por envolvimento no crime, eles foram acusados de tráfico de drogas e corrupção.
Segundo a investigação, os policiais usaram duas viaturas ostensivas da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) para abordar o caminhão, que veio de Mato Grosso do Sul carregando o entorpecente.
Conforme reportagem do jornal Extra, do Rio de Janeiro, a nota fiscal do serviço de carga indicava que “os frangos” seria levado para um frigorífico em Niterói.
O motorista saiu de Campo Grande no dia 6 de agosto rumo ao destino na região metropolitana do Rio. Dois dias depois, na altura de Lavrinhas (SP), às 14h30min, seis policiais abordaram o veículo, segundo a denúncia do MPRJ.
Fonte: CorreiodoEstado
You may also like
-
Sábado (23) ocorre o 18º Leilão Direito de Viver de Chapadão do Sul com sorteio de super prêmios
-
Atenção: pecuaristas devem atualizar cadastro de rebanhos na Iagro até o dia 30 de novembro
-
Simples Nacional: prazo para regularização de dívidas termina dia 29/11
-
Pauta da 1484ª Sessão Ordinária do dia 25 de novembro às 9 horas
-
Prefeitura inicia nova etapa do projeto “Meu Pet Castradão” na próxima segunda-feira