Na manhã desta terça-feira (29), o Corpo de Bombeiros foi acionado para realizar o resgate de um homem, de 39 anos, que foi atacado por uma onça na região do Paiaguás, Fazenda São Lourenço, no Pantanal sul-mato-grossense.
Segundo informações locais, o homem trabalhava na fazenda quando ouviu os cachorros latirem próximo a uma cerca, e decidiu verificar. Quando chegou ao local, se deparou com a onça, e chegou a lutar com o animal para tentar se salvar.
A vítima apresentava cortes na região da cabeça, em decorrência de arranhões, mordidas nos membros superiores, que resultaram em fraturas expostas. Além disso, teve queimadura de segundo grau na coxa direita, em decorrência da explosão da bateria do celular, que foi mordido pelo animal.
O homem precisou ser socorrido de avião, e encaminhado para o pronto socorro da Santa Casa de Corumbá, município localizado a 427 quilômetros de Campo Grande.
O que fazer ao se deparar com uma Onça?
Em entrevista ao Correio do Estado, o médico veterinário e coordenador do programa Felinos Pantaneiros do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Diego Viana, listou medidas que podem ser tomadas para evitar ataques de onça.
1. Não saia correndo e nem se abaixe
O especialista destaca que a onça não possui presas bípedes do tamanho humano, como um macaco grande, por exemplo, e por isso ela não associa a presença humana a alimento.
A primeira recomendação que ele dá, nestes casos, é de que a pessoa não corra ou se abaixe, porque esses são comportamentos comuns de presas do animal.
“Nós somos da altura de um cervo do Pantanal, mas o cervo é quadrúpede. Ela não tem nenhuma presa bípede do nosso tamanho, então ela não associa a nossa presença com alimento. Então, primeira coisa, não sai correndo, não se comporte como uma presa”, pontuou.
2. Faça contato visual e mantenha a distância
A melhor opção é sempre respeitar o espaço do animal.
“Evite ao máximo chegar perto ou tentar afugentar o animal nesse momento, nesse primeiro avistamento. Olhe para o animal e, mantendo esse contato, se afaste, demonstrando que você está respeitando a área dele”, destacou.
Segundo o médico veterinário, em situações em que a onça está com filhotes ou acompanhada de uma segunda onça, ela tende a ser mais “brava”, como instinto de proteção.
3. Lanternas durante a noite
Se o animal for avistado durante a noite, o especialista recomenda que seja utilizada uma lanterna para prender a atenção do animal e permitir o distanciamento, mas “nunca correndo, e sempre mantendo contato visual com a onça”.
Atenção
Ataques de onça não são comuns. Segundo Diego Viana, é essencial que as pessoas que moram nas áreas ribeirinhas, em fazendas e até mesmo na cidade, já que também pode acontecer de onças apareceram no perímetro urbano, saibam como reagir ao avistar o animal.
O veterinário pontua que, geralmente, os pantaneiros, fazendeiros, peões e ribeirinhos, ou seja, pessoas que moram nos locais mais propensos ao aparecimento de onças, costumam estar mais preparadas, e sabem como reagir. Mas, a troca de informações é sempre importante para garantir a segurança de todos.
“Pontualmente as onças aparecem, né? A gente tem que saber o que está acontecendo, o que fazer, e eu me incluo como um pantaneiro, como um morador de Corumbá, como uma pessoa que vai pro campo, todo mundo que tá no campo tem que saber o que fazer. Os pantaneiros sabem, todos os fazendeiros, os peões, os moradores ribeirinhos, mas é sempre bom ficar renovando e trocando essas informações”, concluiu.
Fonte: CorreioDoEstado
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