Os desafios que existem na sucessão familiar

As famílias empresárias têm um impacto significativo no PIB brasileiro, correspondendo a cerca de 65% do total e empregando aproximadamente 75% da mão de obra do país. Apesar dessa relevância econômica, a transição de liderança para as gerações futuras é um desafio crucial. Cerca de 90% das empresas no Brasil são familiares, e no setor agrícola, estima-se que 40% dos produtores rurais sairão até 2030. Esse cenário é respaldado pelo índice Global de Empresas Familiares da PwC, que indica que apenas 36% dessas empresas conseguem chegar à segunda geração, com proporções ainda menores para a terceira (19%) e a quarta geração (7%).

Valéria Pimenta, diretora da Thomas International Brasil e especialista em análise comportamental e liderança, destaca a diversidade de abordagens na sucessão de empresas familiares, enfatizando que alguns líderes consideram essa sucessão crucial para a continuidade dos negócios e a tratam de maneira profissional.

O estudo da PwC revela que apenas 24% dos atuais líderes da geração à frente das empresas familiares brasileiras têm um plano de sucessão robusto. Valéria ressalta que algumas empresas possuem uma história de décadas com lucros consistentes, sustentando várias gerações familiares, permanecendo em setores estratégicos e empregando um grande número de colaboradores. Portanto, investir em governança é fundamental para garantir a estabilidade dessas empresas.

“No entanto, é vital que esse tema (sucessão) seja visualizado com bons olhos pelos próprios fundadores. Esse endosso é o primeiro passo para que se inicie um processo natural e profissional”, diz Valéria.“Para evitar desgastes e conflitos desnecessários, muitos líderes de empresas do tipo procuram suporte profissional, como consultores especializados, para auxiliar no entendimento de questões exclusivamente profissionais”, lembra.

Fonte: Agrolink