Uma molécula que foi originalmente desenvolvida para tratar a tuberculose, mas não conseguiu passar do laboratório para o mercado farmacêutico humano como antibiótico, agora se mostra promissora no controle de ervas daninhas problemáticas.
Embora o “antibiótico fracassado” tenha falhado na admissão na medicina humana, cientistas da Universidade de Adelaide encontraram outro uso para ele. Após um ajuste fino e reestruturação, a molécula foi eficaz em matar duas das ervas daninhas mais problemáticas da Austrália, o azevém anual e o rábano, disse a universidade em um comunicado.
“Esta descoberta pode ser uma virada de jogo na agricultura. Muitas ervas daninhas agora são resistentes a herbicidas disponíveis comercialmente, custando bilhões de dólares aos agricultores a cada ano, diz a principal autora, Dra. Tatiana Soares da Costa, do Instituto de Pesquisa da Universidade de Adelaide, publicada na revista Communications Biology.
“O uso de antibióticos que falharam como herbicidas fornece um atalho para o rápido desenvolvimento de tratamentos novos e eficazes contra ervas daninhas problemáticas e invasivas que são difíceis de controlar pelos agricultores. Também é importante observar que nosso produto não gerará resistência a antibióticos em bactérias porque as moléculas de herbicida que encontramos não matam bactérias. Eles visam especificamente as ervas daninhas”, completa;
No decorrer do trabalho, os cientistas descobriram semelhanças entre superbactérias resistentes e perigosas para os humanos e ervas daninhas resistentes em nível molecular. Eles aproveitaram essa semelhança e, alterando quimicamente a estrutura do “antibiótico que falhou”, conseguiram bloquear a produção do aminoácido lisina, essencial para o crescimento das ervas daninhas.
“Não há herbicidas disponíveis comercialmente no mercado que funcionem dessa maneira. De fato, nos últimos 40 anos, praticamente nenhum herbicida com novos mecanismos de ação entrou no mercado”, acrescentou o Dr. Andrew Barrow, bolsista de pós-doutorado no Grupo de Pesquisa da Universidade de Adelaide.
Fonte: Agrolink
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