O corpo do deputado estadual Amarildo Cruz (PT) está sendo velado na ALMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande durante a noite desta sexta-feira (17). O velório ocorrerá até às 6h deste sábado (18), e o corpo de Amarildo será levado para Presidente Epitácio (SP), cidade natal do parlamentar. De acordo com a ALMS, aproximadamente 1,5 mil pessoas compareceram ao velório durante à noite desta sexta.
Familiares, amigos, partidários e demais agentes públicos estiveram presentes. Amarildo Cruz morreu aos 60 anos. O deputado estadual deu entrada na madrugada de terça-feira (14) no Hospital Proncor, em Campo Grande, após apresentar quadro viral.
No final de terça, Amarildo sofreu uma parada cardiorrespiratória, precisou ser reanimado, foi intubado e passou por diálise, com quadro que evoluiu para uma miocardite. Amarildo faleceu ao sofrer uma nova parada cardíaca nesta sexta-feira (17).
O petista estava no quinto mandato, chegando a ir à Alems (Assembleia Legislativa do Estado de MS) por duas vezes como suplente. É pai de três filhos. Sua cadeira no Palácio Guaicurus será ocupada pela primeira suplente Gleice Jane Barbosa.
“A gente tem dificuldades até para acreditar que nosso companheiro Amarildo se foi e nos deixou de uma forma tão repentina. Há três dias nós estávamos aqui na Assembleia trabalhando juntos, fazendo reuniões, dando encaminhamento aos projetos, e ele se foi, deixando para nós, a sua voz firme, ecoando, defendendo bandeiras, defendendo pautas em defesa do nosso povo, principalmente dos mais humildes, trabalhadores, defendendo as minorias, lutando por mais igualdade, justiça social, por um estado mais justo e nós ficamos com boas lembranças da história bonita que o Amarildo construiu ainda quando ele estava no Governo do Estado, depois como secretário na Agehab e aqui nos mandatos como deputado estadual, lutando pela melhoria da qualidade de vida do nosso povo”, disse o deputado estadual, Pedro Kemp (PT).
“Nós caminhavamos juntos, fomos colegas no governo, em 99, um homem de coração enorme, determinado, uma pessoa democrata, sabia respeitar, trabalhar com as divergências, de condições firmes. Uma perda para a Assembleia Legislativa, um grande debatedor, uma perda para os movimentos sociais, uma perda para o nosso partido, grande pai, grande homem”, disse o deputado federal Vander Loubet (PT).
“Estamos todos consternados, uma perda para a Assembleia, Mato Grosso do Sul, um deputado que foi homem de luta de ideais de causas sociais, minorias, contra as desigualdades, um homem combativo, a sua história vai ficar marcada, vai ser referência na história de luta do povo sul-mato-grossense. Desde quarta-feira estamos consternados porque ninguém consegue entender. Como pessoas que tem fé em Deus, acreditar que a história de luta dele vai continuar e nós temos compromisso de continuidade na defesa das bandeiras que era a história de vida dele”, comentou o presidente da ALMS, Gerson Claro (PP).
“Fizemos algumas dobradinhas, parcerias, não só aqui em Campo Grande, em Dourados e alguns outros locais. E confesso que fiquei muito feliz com a eleição de Amarildo, porque eu sei que ele não negociava princípios. Perdemos um grande companheiro, a política do Mato Grosso do Sul fica mais pobre, e eu quero crer que o exemplo que ele deixou, possa multiplicar, e que outros ou outras que vierem possam se espelhar na conduta exemplar que Amarildo teve na sua passagem política e acima de tudo como cidadão, que desejava como ninguém, um mundo melhor”, disse o deputado federal Geraldo Resende (PSDB).
Vida e carreira de Amarildo Cruz
Paulista de Presidente Epitácio, Amarildo Valdo da Cruz chegou a Mato Grosso do Sul aos 18 anos, em 1981, após ser aprovado em concurso para fiscal tributário estadual. É graduado em Direito e em Ciências Contábeis, pós-graduado em Gestão Pública e especialista em Ciências de Direito.
Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores em 1984. Foi um dos fundadores e presidiu o Sindifiscal/MS (Sindicato dos Fiscais Tributários do Estado). No Governo do Estado, foi superintendente da Central de Compras.
Entre 2003 e 2006, foi diretor-presidente da Agehab (Agência de Habitação Popular), na gestão de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Deixou o cargo para concorrer a deputado estadual, sendo eleito pela primeira vez.
Na eleição seguinte, em 2010, ficou apenas como primeiro suplente. Assumiu a superintendência do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Estado em 2011.
Dois anos depois, foi convocado para assumir uma cadeira na Assembleia. Em 2014, conquistou mais um mandato nas urnas. Nesta legislatura, foi 2º secretário da Mesa Diretora.
Nas eleições de 2018, ficou novamente como suplente. Neste período, comandou a Unidade de Educação Fiscal da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda).
Foi empossado para o quarto mandato em 2021, após a morte do então deputado Cabo Almi, e na ocasião, se aposentou como fiscal tributário após 39 anos. No último pleito, em 2022, foi reeleito.
Fonte: Midiamax
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