Ex-ministro afirmou durante a Abertura Nacional da Colheita da Soja que Brasil não pode abrir mão da soberania nacional sobre o bioma.
Da esquerda para a direita: Giovani Ferreira, Aldo Rebelo e Matheus Pereira. Foto: Canal RuralA soja como grande ativo do agronegócio brasileiro foi destacada durante a Abertura Nacional da Colheita da Soja nesta quinta-feira (9), em Santarém, Pará. No evento, o diretor de Conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, destacou que o mundo deve produzir cerca de 370 milhões de toneladas da oleaginosa e o Brasil, sozinho, será responsável por cerca de 150 milhões de toneladas nesta safra 2022/23, um recorde absoluto.
Segundo ele, essa representatividade é fruto do aumento da produtividade das lavouras, como ocorre no Pará, que saltou de 600 mil toneladas produzidas para cerca de três milhões nos últimos dez anos, tudo com a devida regularidade ambiental.
Políticas Públicas e Mercado estavam entre os temas discutidos no início do evento, expostos pelo jornalista e ex-ministro Aldo Rebelo e o analista de mercado da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira.
Amazônia como futuro do Brasil
Rebelo, em sua fala, fez questão de ressaltar que o futuro do Brasil depende diretamente da Amazônia e o bioma, por sua vez, é dependente do estado do Pará. “É aqui que reside uma parte da esperança da humanidade. […] A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) fez um congresso e definiu que o mundo vai precisar aumentar em 70% a produção de alimentos até 2050. Desse número, 40% será de responsabilidade do Brasil”, reforça.
Para o ex-político, o Brasil tem condições de atender a essa ampla demanda por dispor de três fatores fundamentais que são escassos nos demais países: recursos naturais, área disponível e clima favorável.
“Temos, também, a produção de conhecimento com a Embrapa e diversas universidades, o que é fundamental para uma agricultura de sucesso. O mundo não tem uma classe de produtores capacitados e dispostos para produzir uma agricultura tropical tão repleta de riscos. […] A soja, o milho, a proteína animal e vegetal tem a
capacidade de industrializar o Brasil assim como o café fez com São Paulo”, reforça.
De acordo com ele, é fundamental que o Brasil tenha consciência de que o seu futuro está na Amazônia. “É uma área de expansão de atividades que gera riqueza, como agricultura, pecuária e mineração. […] O Brasil não deve, em hipótese alguma, abdicar de sua soberania no controle da Amazônia”.
Segundo ele, o mundo cria obstáculos para a expansão de área produtiva no bioma porque o crescimento brasileiro faz com que os norte-americanos e europeus percam participação de mercado.
“O aumento da produção de soja e de carne brasileira faz com que os governos desses países tenham de aumentar subsídios ao produtor, o que impacta fortemente a economia deles”, afirma.
Demanda internacional
O especialista em mercado, Matheus Pereira, por sua vez, destacou que a estimativa é que mais de 1.3 bilhões de suínos serão alimentados com a soja brasileira.
“A cadeia de animais da China está no maior nível da história e, portanto, a demanda daquele país segue no maior patamar de todos os tempos”, afirma.
Contudo, o representante da Pátria Agronegócios reforçou que a China, desde 2021, vem criando diretrizes para reduzir a dependência de matérias agrícolas importadas. “A soja brasileira vai continuar abastecendo o plantel de animais chineses, mas temos de olhar cada vez mais para novos mercados e não apenas para exportar o grão in natura, mas também o produto processado”.
A Abertura Nacional da Colheita da Soja é um evento do Projeto Soja Brasil, parceria entre o Canal Rural e a Aprosoja Brasil.
Fonte: Canal Rural
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