EUA: agricultores planejam pesar no milho em 2023

Os agricultores norte-americanos planejam aumentar a área cultivada de milho em 2023.

Os agricultores dos EUA planejam aumentar a área cultivada de milho em 2023, de olho nos preços mais baixos dos fertilizantes necessários para o cultivo e esperando uma safra abundante depois que uma seca no final da temporada murchou a safra de grãos do ano passado e deixou os estoques de milho dos EUA quase uma década baixos.

Os planos para a próxima temporada foram feitos mesmo quando as dúvidas sobre a demanda e os ganhos de preço da soja superaram o milho no final do ano passado. Mas as primeiras previsões de área e entrevistas com agricultores mostram que sua fé na maior safra dos EUA não diminuiu.

Uma grande safra do maior exportador de milho do mundo, em comparação com uma demanda mais modesta à medida que o crescimento econômico global esfria, pode reduzir ainda mais os preços do alimento básico usado em combustível e ração animal, que caíram depois de atingir o maior nível em 10 anos quando a Rússia invadiu grandes produtor de milho Ucrânia há um ano.

A queda no custo de insumos essenciais, como fertilizantes, no segundo semestre de 2022, despertou esperanças de que o milho seria lucrativo em 2023, embora normalmente exija um estilo de gerenciamento mais ativo e maior investimento financeiro do que a segunda safra comercial dos EUA, soja. “Seremos milho pesado e provavelmente o mais pesado em milho em muito tempo”, disse Brandon Hunnicutt, que cultiva 2.300 acres com seu pai e irmão perto de Giltner, Nebraska.

O orçamento para as safras de sua fazenda em 2023, planejado para a colheita de 2022, exige que cerca de 90% desses acres sejam dedicados ao milho, disse Hunnicutt. Isso se compara a cerca de 55% em 2022. Hunnicutt citou a confiabilidade dos rendimentos do milho como um dos principais motivos para apostar forte no milho em 2023. “No milho, é um pouco mais científico”, disse ele. “A soja pode ser uma espécie de ‘Bem, acho que vamos pulverizar um fungicida e ver se funciona’.” Analistas da S&P Global Commodity Insights preveem que os agricultores dos EUA plantarão 90,5 milhões de acres de milho em 2023, 2,2% a mais que no ano anterior, e um aumento mais modesto de 0,6% para a soja, refletindo outras previsões iniciais.

Demanda diminui

Os agricultores dos EUA alternam entre soja e milho em uma tentativa de manter a saúde do solo. Depois de favorecer a soja no ano passado, quando os preços dos fertilizantes dispararam, muitos devem dedicar a maior parte desses campos ao milho. “Seria preciso algo muito monumental para mudar um monte de hectares ao redor”, disse o fazendeiro de Ohio, Scott Metzger. Mas os alqueires de milho podem ter dificuldade em encontrar um lar após o início da colheita em setembro.

Desde a safra do ano passado, os exportadores registraram vendas de apenas 24,038 milhões de toneladas de milho dos EUA, queda de 43% em relação ao ano anterior, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

Em janeiro, o governo divulgou sua mais recente previsão de exportação de milho para o ano inteiro: 48,9 milhões de toneladas, 19,8% abaixo da projeção inicial de exportação em maio de 2022.

Na frente doméstica, o consumo de milho dos EUA foi fixado em uma baixa de sete anos de 304,561 milhões de toneladas no ano comercial de 2022/23, uma queda de 4% em relação ao ano anterior. Isso se deveu em grande parte ao enfraquecimento da demanda por ração, já que o rebanho de gado de corte dos EUA caiu para o menor desde 1962 e um surto de gripe aviária devastou rebanhos comerciais.

Esperança de melhor colheita

Dados recentes do Departamento de Agricultura dos EUA mostraram que, após uma seca em agosto passado, os agricultores foram forçados a abandonar a maior porcentagem de sua área plantada de milho nos últimos 10 anos. O clima deste inverno fez pouco para repor a umidade do solo que a cultura precisará durante a próxima estação de crescimento.

A queda na safra do ano passado deixou a oferta de milho no nível mais baixo desde 2013 e deixou os agricultores esperançosos de que os preços subiriam nos próximos meses.

A agricultora de Illinois, Ellen Rahn, planeja dedicar cerca de 75% dos 1.600 acres de sua fazenda ao milho. Ela seguiu uma estratégia semelhante de aumentar os hectares de milho depois que a seca de 2012 destruiu a colheita em todo o Centro-Oeste, levando os estoques ao nível mais baixo em nove anos e sustentando os preços da safra de 2013. “Estamos em uma boa parte do mundo… onde geralmente temos rendimentos decentes garantidos”, disse Rahn.

Fonte Reuters com tradução Agrolink